domingo, 11 de junho de 2023

Será o livre arbítrio uma característica distintiva da condição humana?

 António Padrão


«Humano(s) – ou a nova condição humana (encontrar a relação com a essência)» é o tema que a equipa da defacto propôs à comunidade do Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio para reflexão, partindo, pois, do princípio de que há uma «condição humana» (seja nova, ou não). Mas, se há, qual é a sua característica distintiva? Até ao século XVII, teólogos e filósofos apresentavam a alma como aquilo que distingue o ser humano no conjunto dos seres vivos. Alguns, como Platão (c. 425 a.C.-347 a.C.) e Descartes (1596-1650), apresentavam a alma como um princípio distinto do corpo, assumindo assim uma conceção dualista do ser humano, mas, dadas as dificuldades do dualismo cartesiano, o conceito de alma parece ter sido abandonado, tendo sido substituído, a partir da época moderna, pela liberdade, pela linguagem ou pela capacidade de aprendizagem cultural, para pensar a especificidade do humano. Mas também por outros conceitos.

Analisando friamente as muitas tentativas de descrever alguma parte do que é distintivo da condição humana – uso da linguagem (Chomsky, Bennett), desejos de segunda ordem (Frankfurt), intenções de segunda ordem (Grice), convenção (Lewis), liberdade (Kant, Sartre), autoconsciência (Kant, Fichte, Hegel), riso e choro (Plessner), capacidade de aprendizagem cultural (Tomasello) – ficará certamente persuadido de que cada um deles está a identificar uma parte de um feito holístico. (Scruton, 2017, p. 51)

O que é distintivo da condição humana talvez seja, então, o conjunto destas características, mas quero concentrar-me apenas na liberdade. Será a liberdade uma característica distintiva da condição humana? Foi esta a pergunta que fiz ao ChatGPT (OpenAI, 2023). Eis a resposta:

A liberdade é uma ideia complexa e altamente valorada na sociedade humana, mas não é uma característica distintiva da condição humana. Outros seres vivos também podem experimentar algum grau de liberdade, e a liberdade individual pode ser limitada por questões sociais, políticas e filosóficas. Além disso, a noção de liberdade é culturalmente construída e varia amplamente entre diferentes sociedades e épocas. Portanto, é possível argumentar que a liberdade não é uma característica intrínseca à condição humana.

Resposta nada má, para uma máquina, mas parece que o ChatGPT não percebeu bem a minha pergunta (um indício de que não estamos realmente perante Inteligência Artificial [IA], ao contrário do que tem sido abundantemente referido nos media). Não, não é na liberdade individual, social ou política que estou a pensar como caraterística distintiva da condição humana. Estou a pensar na liberdade da vontade, também entendida como livre‑arbítrio. Reformulo a pergunta: Será o livre‑arbítrio uma característica distintiva da condição humana? Desta vez, o ChatGPT (OpenAI, 2023) parece ter percebido (na verdade, o ChatGPT não percebe nada – a única coisa que faz é procurar no grande conjunto de dados textuais com que é alimentado, para devolver uma resposta que nem sempre é correta):

O livre-arbítrio é uma ideia controvertida e ainda não é claro se é uma característica distintiva da condição humana. Por um lado, muitas tradições filosóficas e religiosas afirmam que os seres humanos têm livre-arbítrio, ou seja, a capacidade de tomar decisões e agir de forma independente. Por outro lado, muitas teorias científicas, como o determinismo, argumentam que as ações humanas são resultado de causas físicas e não são determinadas pelo livre-arbítrio. Portanto, a questão do livre-arbítrio ainda é objeto de debate e não é possível afirmar categoricamente se é ou não uma característica distintiva da condição humana.

Nada má, outra vez. Para uma máquina, a resposta impressiona. É, sem dúvida, verdade que «não é possível afirmar categoricamente se é ou não uma característica distintiva da condição humana», mas uma coisa é certa: o livre‑arbítrio só pode ser uma característica distintiva da condição humana, se existir. Mas não é óbvio que o livre‑arbítrio existe? Não é óbvio que temos «a capacidade de tomar decisões e agir de forma independente»? Não é óbvio que o leitor está a ler este texto porque quer e que poderia ter escolhido não o ler? Não é óbvio que foi o leitor que escolheu (ou vai escolher), ainda hoje, o que comer ao almoço? É isto o livre‑arbítrio: escolher fazer uma coisa, mas poder ter escolhido fazer outra. Ter livre‑arbítrio é, portanto, ter o poder de tomar decisões livremente. E estamos obviamente convencidos de que temos este poder. Mas será que temos?

Há, pelo menos, três desafios ao livre‑arbítrio (embora o ChatGPT só tenha identificado um): o teológico, o lógico e o científico. Suponhamos que o Deus teísta existe. Ora, sendo Ele omnisciente, sabe não só o que fizemos no passado, mas também o que faremos no futuro. Mas, neste caso, como é possível dizer que algumas das nossas decisões são livres? Afinal, se Deus já sabe, agora, o que vamos decidir fazer amanhã, por exemplo, então não poderemos escolher não o fazer e, portanto, não temos livre-arbítrio. Este é o desafio teológico. Vejamos o desafio lógico. Dada uma proposição qualquer P, ou P é verdadeira ou P é falsa; P e não-P não podem ser ambas verdadeiras. Imaginemos que P representa a seguinte proposição: «O leitor vai ler a defacto amanhã à tarde». Agora, atente no seguinte argumento (adaptado de Morris, 2000, pp. 123-124):

Ou o leitor vai ler a defacto amanhã à tarde, ou não vai.

Se o leitor vai ler a defacto amanhã à tarde, nada do que fizer entre este momento e então o impedirá de ler a defacto.

Se o leitor não vai ler a defacto amanhã à tarde, qualquer esforço que fizer entre agora e então para ler a defacto será infrutífero.

Portanto, o leitor não possui agora duas opções igualmente disponíveis de ler ou não ler a defacto amanhã à tarde.

Logo, o leitor não é realmente livre quanto a se vai ler ou não a defacto amanhã à tarde.

Da aplicação deste raciocínio a qualquer proposição no tempo futuro parece seguir-se que nunca somos livres a respeito de nada no futuro. E, portanto, parece que não temos livre‑arbítrio.

O terceiro desafio ao livre-arbítrio – e talvez o mais importante – é o desafio do determinismo causal: a ideia de que todos os acontecimentos são efeitos de causas anteriores.  Ora, as nossas decisões também são acontecimentos. E se as nossas decisões também são acontecimentos, então também são efeitos de causas anteriores. Mas se são efeitos de causas anteriores, parece que não são livres. Mas de onde é que vem esta ideia do determinismo? Da ciência. Pelo menos desde Newton (1642-1727), a Natureza é vista como um enorme mecanismo, no qual os seres humanos não passam de meras peças que obedecem às mesmas leis e causas que os outros corpos físicos. Assim, uma IA (ou outra, como o demónio de Laplace (1749-1827)) suficientemente poderosa, que conhecesse o estado do universo num determinado instante e as leis que o regem, seria capaz de dar conta de todos os acontecimentos ou estados de coisas anteriores, bem como de todos os acontecimentos ou estados de coisas futuros, e, portanto, de cada uma das nossas decisões e ações.

Temos aqui, assim, um conflito entre duas ideias que parecem incompatíveis: o determinismo e o livre-arbítrio. Se o determinismo for verdadeiro, as nossas decisões dependem de causas anteriores e estas, por sua vez, também dependem de causas anteriores, e assim sucessivamente.  Quer dizer que todas as nossas decisões dependem de causas que são anteriores ao nosso nascimento. E, se for assim, parece que não temos livre-arbítrio, pois a decisão de as realizar não está sob o nosso controlo. Mas continua a parecer-nos óbvio que algumas das nossas decisões, como, por exemplo, a de continuar (ou não) a ler este texto agora, ou a de ler (ou não) a defacto amanhã à tarde, ou a de (não) votar no Partido Socialista [PS] nas próximas eleições legislativas, estão sob o nosso controlo, e, portanto, dependem apenas da nossa vontade; e todos os dias experienciamos ações deste tipo. Mas, neste caso, parece que o determinismo é falso. Assim, parece não haver como conciliar estas duas ideias. É, pois, este o problema (da compatibilidade) do livre‑arbítrio: será o livre-arbítrio compatível com o determinismo?

Os deterministas radicais, que «definem uma ação livre como um evento ligado às intenções da pessoa que não tem causa» (Morris, 2000, p. 130) pensam que o livre-arbítrio e o determinismo são incompatíveis, isto é, não podem coexistir, e que não existe livre-arbítrio, pois o determinismo é verdadeiro. Parece-nos que temos livre-arbítrio, mas isso não passa de uma ilusão. E de onde resulta essa ilusão? Do desconhecimento das causas das nossas decisões. Assim, quando tomamos a decisão de fazer uma coisa, dadas as causas anteriores, não poderíamos ter escolhido fazer outra. Não existem, portanto, possibilidades alternativas de ação. Estou, agora, a imaginar o leitor, que exerceu o seu direito de voto nas eleições legislativas de 2015 ou 2019 ou 2022, a suspirar de alívio em relação a algo que o consumia há uns meses: o leitor sentia-se responsável, ainda que em pequeno grau, pelo estado em que se encontra a Educação (ou a Saúde, ou a Habitação) em Portugal, pois votou no PS e o PS conduziu-nos a este estado de coisas. Mas, se os deterministas radicais tiverem razão, o leitor não tinha realmente ao seu dispor a alternativa de não votar no PS, e, portanto, não pode ser responsabilizado pelo seu voto, porque a decisão de votar no PS não estava sob o seu controlo (afinal, a sua decisão resultou de causas que são anteriores ao seu nascimento). Aplique o mesmo raciocínio a todas as suas decisões e verá que não poderá ser responsabilizado por nenhuma. Que alívio, não? Então aquela culpa e os remorsos que sentia em relação a algumas das coisas que fez e que pensa que não devia ter feito não têm razão de ser? Não, não têm. Afinal, se for determinista radical, o leitor pensa que não poderia ter feito outra coisa diferente do que fez. Portanto, não pode ser responsabilizado pelas suas ações, não há razão para sentir culpa ou remorso nem para ser elogiado por algo que tenha feito bem. Nem poderia estar de acordo com o Chefe de Estado, que «acredita que os suspeitos de abusos sexuais na Igreja devem ser imediatamente suspensos» (RTP, 2023) ou com Daniel Sampaio (que integrou a Comissão Independente para o estudo de abusos na Igreja), que pensa que «a Igreja é responsável por milhares de vítimas de abuso sexual» (RTP1, 2023). Mas pense outra vez. Parece-lhe que os deterministas radicais têm razão? A mim, não. Continuo a pensar que sou responsável por algumas das minhas decisões; e que os autores de abusos sexuais são responsáveis pelo que fizeram e que, já agora, o ministro da Educação e o primeiro-ministro são responsáveis pelo atual estado de coisas nas escolas (também penso que, se o leitor votou no PS, tem alguma responsabilidade, mas, acredite, eu não).

Os libertistas, que, tal como os deterministas radicais, são incompatibilistas, também pensam que o livre‑arbítrio e o determinismo são incompatíveis, mas acreditam que algumas das nossas ações são livres. Rejeitam, portanto, o determinismo. A vantagem do libertismo é que está de acordo com o que nos parece óbvio, ou seja, que temos livre-arbítrio. É isto o que nos diz a nossa experiência: quando decidi não votar no PS em 2015 nem em 2019 nem em 2022, vários fatores entraram na minha decisão, mas a minha decisão foi livre porque não foi um mero efeito desses fatores. E parece-me que, se o tivesse querido, poderia ter votado no PS. Também me parece que o leitor poderia não ter votado e que os membros da Igreja poderiam não ter cometido os abusos sexuais. Portanto, o leitor deve ser responsabilizado pelo atual estado de coisas no ensino e os membros da Igreja pelos abusos sexuais. Está, então, resolvido: temos livre-arbítrio e podemos ser responsabilizados pelas nossas ações. Estará? Bem, o libertismo também enfrenta algumas dificuldades. Os libertistas «imaginam um ato livre como um evento envolvendo o corpo ou mente de um ser humano, que corresponde às intenções daquela pessoa mas ocorre sem uma causa» (Morris, 2000, p. 131). Mas,

Se as nossas ações não estão determinadas causalmente, como surgirão supostamente? O que produzirá ao certo as nossas decisões? Podemos imaginar que há, dentro de cada um de nós, uma espécie de “ser mental” cujas decisões não estão constrangidas pelas leis causais – um controlador fantasmagórico que faz escolhas independentemente daquilo que ocorre no cérebro. Mas isto não é credível. Vai contra o que a ciência nos diz sobre o funcionamento das coisas. Não há provas de qualquer tipo da existência de uma “energia mental” que atue dentro de nós, desligada da operação do nosso sistema neurológico. E, mesmo pondo de parte a ciência, esta especulação parece um conto de fadas.

No entanto, se não devemos supor que há dentro de nós uma entidade mental desconectada a controlar as coisas, o que haveremos de pensar? Que uma parte do cérebro opera à margem da rede causal do mundo? Isto parece uma tolice, mas é difícil pensar em algo melhor. Parece que não dispomos de uma perspetiva plausível que dê sentido à “liberdade” dos libertistas. (Rachels, 2009, p. 191)

Afinal, não está resolvido. Para os libertistas, as nossas escolhas livres não são determinadas nem são aleatórias. Sendo assim, não se percebe o que as torna livres. Portanto, o libertismo não é plausível.

Restam-nos os compatibilistas. Os filósofos compatibilistas (alguns dos quais são conhecidos como deterministas moderados) pensam que o livre‑arbítrio e o determinismo são compatíveis, isto é, pensam que mesmo que todas as nossas ações sejam determinadas, algumas são livres. Os compatibilistas redefinem o conceito de livre-arbítrio: uma ação livre é aquela que «é causada pelas crenças e desejos da pessoa, desde que a pessoa não tenha sido compelida a ter essas crenças e desejos» (Sider, 2010, p. 168). Assim, se o leitor continua a ler este texto porque o deseja, e não foi compelido a ter este desejo, esta sua ação é livre, apesar de ser causalmente determinada. Se o leitor, que votou no PS, quis votar no PS e não foi forçado a isso, a sua ação foi livre, apesar de haver causas que o levaram a votar no PS. Se os abusos sexuais cometidos pelos membros da Igreja resultaram das suas crenças e desejos, e as suas crenças e desejos não foram compelidos, então as ações dos membros da Igreja foram livres, apesar de terem sido determinadas por causas anteriores, pois todas as ações têm causas anteriores. Assim, parece que tanto o leitor como os membros da Igreja podem ser responsabilizados pelas suas ações. O leitor está certamente a pensar que o compatibilismo é uma boa teoria, até porque nos permite «ficar com o bolo e comê-lo ao mesmo tempo: podemos manter simultaneamente a liberdade e o determinismo» (Sider, 2010, p. 161), as duas ideias que, desde o início, nos pareciam verdadeiras, mas que julgávamos incompatíveis.  Não há, portanto, nenhum conflito entre determinismo e livre-arbítrio. Mas como é isto possível? Com um truque – o truque da redefinição do conceito de livre-arbítrio. O leitor reparou? Os compatibilistas não definem ação livre como ação sem causas, mas como não constrangida. A minha ação é livre se resultar das minhas crenças e desejos e se for realizada sem coações internas ou externas. E, acrescentam os compatibilistas, se eu tivesse desejado fazer outra coisa diferente, poderia ter feito outra coisa diferente. Portanto, tenho possibilidades alternativas de ação. Mas é aqui que está o truque, ou a «batota», com diz Veríssimo (2022): se o determinismo é verdadeiro, eu não poderia ter desejado outra coisa diferente. E, neste caso, também não existe genuína responsabilidade moral. Mas porquê? Porque, «em última análise o nosso caráter e os nossos desejos são causados por forças que não controlamos» (Rachels, 2009, p. 196). Assim, a resposta compatibilista não resolve o problema do livre‑arbítrio: é uma «fuga» ao problema (Searle, 2020, p. 285).

E agora, em que ficamos? É, ou não, o livre-arbítrio compatível com o determinismo? E existe, ou não, livre‑arbítrio? O leitor decida por si, mas eu prefiro pensar que temos livre-arbítrio, e que o determinismo é falso. Parece-me que Peter van Inwagen – um filósofo libertista – tem razão ao considerar que o livre‑arbítrio é um mistério que deve ser aceite como tal, porque todas as alternativas são ainda mais misteriosas (citado por Galvão, 2019). Segundo Inwagen (2013), temos mais certeza de que temos livre-arbítrio do que da maioria das premissas dos argumentos que procuram mostrar que não temos livre-arbítrio. Para este filósofo, negar o livre‑arbítrio implica que «a moralidade deixaria de fazer sentido, quando lhe parece óbvio que a moralidade faz todo o sentido – isto é, que temos deveres morais e que por vezes somos moralmente responsáveis pelo que fazemos» (Galvão, 2019). Ou, como diz Searle (2020, p. 282), «Quando estamos a tomar decisões, não conseguimos agir senão sob o pressuposto de que genuinamente temos livre‑arbítrio» e «Temos de viver sob o pressuposto de que a nossa tomada de decisão livre faz algum tipo de diferença» (p. 284).

E, afinal, o livre arbítrio é, ou não, uma característica distintiva da condição humana? Ainda que seja verdade que «não é possível afirmar categoricamente se é ou não uma característica distintiva da condição humana», penso que é uma das caraterísticas. Mas, mesmo que o livre-arbítrio não exista, a sua ilusão é, certamente, uma das características distintivas da condição humana.

Seja como for, mesmo que o livre-arbítrio seja uma ilusão, será uma ilusão invencível. Quando deliberamos, quando ponderamos vários cursos de ação alternativos que se nos apresentam como possíveis, não podemos deixar de crer que estes são realmente possíveis e que temos o poder de escolher qualquer um deles. Mesmo que no passado remoto já estivesse determinado que escolheríamos bolo em vez de fruta, talvez também já estivesse determinado que, antes da decisão, consideraríamos possível escolher fruta em vez de bolo. (Galvão, 2019)

Estamos, pois, «condenados à liberdade» e temos que assumir a responsabilidade completa pela nossa existência (Sartre, 1978). Ou, como diz o Padre António Vieira: «Somos o que fazemos. Nos dias em que fazemos, realmente existimos».

 

Referências bibliográficas

OpenAI (2023). ChatGPT. https://chat.openai.com/. Consultado em 05.02.2023. «O ChatGPT é um modelo de linguagem desenvolvido pela OpenAI, baseado na arquitetura GPT-3.5. Ele é capaz de realizar diversas tarefas de linguagem natural, como responder perguntas, gerar texto, traduzir idiomas, entre outras. O modelo foi treinado com uma grande quantidade de dados textuais para aprender padrões e relações na linguagem, e usa essa aprendizagem para gerar respostas precisas e úteis para as perguntas que lhe são feitas.» Esta é a resposta do ChatGPT à pergunta «O que é o ChatGPT?». Embora o ChatGPT seja apresentado, e ele próprio se apresente, como um «um modelo de inteligência artificial», «projetado para imitar a inteligência humana na tarefa de processamento de linguagem natural», não encontramos nele nenhuma reflexão, nenhum pensamento, pelo que não podemos dizer que seja inteligente em qualquer sentido relevante do termo. Agradeço ao Desidério Murcho pelo facto de me ter chamado a atenção para isto.

Galvão, P. (2019). O enigma do livre-arbítrio. https://visao.sapo.pt/opiniao/2019-02-04-o-enigma-do-livre-arbitrio/. Consultado em 12/03/2023.

Inwagen, P. (2013). Vídeo «No Jardim da Filosofia - Peter van Inwagen sobre o problema do livre-arbítrio (legendado)». Entrevista de Aires Almeida a Peter van Inwagen. https://www.youtube.com/watch?v=YxGi0yilxF4. Consultado em 18/03/2023.

Morris, T. (2000). Filosofia para dummies. Rio de Janeiro: Editora Campus.

Rachels, J. (2009). Problemas da Filosofia. Lisboa: Gradiva.

RTP (2023). Entrevista RTP. Os sete anos de Marcelo Rebelo de Sousa na Presidência da República. https://www.rtp.pt/noticias/pais/entrevista-rtp-os-sete-anos-de-marcelo-rebelo-de-sousa-na-presidencia-da-republica_e1472139. Consultado em 09/03/2023.

RTP1 (2023). Telejornal de 17/03/2023, 20:27.

Sartre, J-P. (1978). O existencialismo é um humanismo (4.ª ed.). Lisboa: Editorial Presença.

Scruton, R. (2017). A natureza humana. Lisboa: Gradiva.

Searle, J. (2020). Da realidade física à realidade humana. Lisboa: Gradiva.

Sider, T. (2010). Livre-arbítrio e determinismo. In Eearl Conee e Theodore Sider. Enigmas da existência – Uma visita guiada à metafísica. Lisboa: Editorial Bizâncio.

Veríssimo, L. (2022). In podcast À Luz da Razão|Ep. 1329, jun. 2022 – Livre arbítrio – a ideia de uma vontade livre. Com o filósofo Luís Veríssimo. https://www.rtp.pt/play/p396/e620443/especial. Consultado em 12/03/2023.


Originalmente publicado na revista defacto, n.º 31, maio 2023 (revista do Agrupamento de Escolas Alberto Sampaio).