sábado, 16 de abril de 2016

Discriminação Positiva

A discriminação positiva teve a sua origem nos movimentos que lutavam pelos direitos civis, defendendo e reivindicando sobretudo os das mulheres, nos anos 60 e 70, nos Estados Unidos.
É um fenómeno que visa recompensar grupos historicamente desfavorecidos­ — minorias e mulheres — com especial consideração no que toca à educação, habitação e emprego. Essas instituições com políticas que defendem a discriminação positiva geralmente definem objetivos, visando aumentar a diversidade, embora os tribunais tenham considerado tal prática inconstitucional. No fim do século XX, o Tribunal Supremo limitou essas mesmas práticas, sendo argumentado por um forte movimento de oposição que tal já não era necessário. Em junho de 2003, contudo, o Tribunal Supremo declarou que as universidades podiam utilizar a raça dos candidatos como um fator que influenciasse a sua admissão, embora, profundamente dividido, estabelecesse para tal fator o «peso» do mesmo, isto é, o quanto este deveria influenciar a decisão final. O Tribunal tornou-se mais conservativo, seguindo o decreto de John Roberts e Samuel Alito (integrantes do Tribunal Supremo) em 2006, e no ano seguinte foi declarado inconstitucional o uso da raça como fator principal (que mais influência exercia) na admissão de estudantes em escolas básicas e secundárias específicas.

Vantagens
As mulheres e grupos minoritários tiveram constantemente de enfrentar obstáculos e dificuldades no acesso à educação e emprego, o que não aconteceu com os homens brancos. A discriminação positiva equilibra assim a influência/acesso aos diversos sectores.
A discriminação positiva incentiva a valorização/apreciação do potencial/das capacidades de milhões de pessoas. Os integrantes das minorias são tão dotados de capacidades como qualquer um da maioria, mas o seu potencial não é explorado devido à falta de oportunidades. O país lucra imenso ao utilizar e valorizar o potencial de todos os seus cidadãos.
Membros de minorias bem sucedidos são exemplos a seguir, sendo que tal propicia o desenvolvimento de jovens também integrantes de minorias.
Integrar mais membros de minorias no mercado de trabalho irá alterar atitudes racistas e sexistas, já que estes irão ser vistos como pessoas individuais e não como estereótipos.
A quantidade de membros de minorias em determinadas profissões deveria refletir a sua existência no próprio país. A sub-representação de minorias e das mulheres em certos sectores leva à perceção de atitudes racistas e sexistas nas instituições empregadoras.
A existência de candidatos de minorias a profissões de elevada importância irá permitir-lhes acabar com estereótipos e tornar o acesso aos sectores (educação, emprego) mais justo para todos.

Desvantagens
Toda a discriminação é negativa/prejudicial. É sempre errado escolher consoante critérios que não o mérito ou a habilidade. A discriminação positiva leva a que candidatos capazes (com mérito) sejam injustamente não admitidos.
A discriminação positiva dá, assim, origem à ocupação de vagas por parte de candidatos menos capazes/meritosos. No entanto, os empregadores devem ter flexibilidade e oportunidade de empregar os melhores candidatos para assegurarem eficiência e produtividade.
A discriminação positiva invalida as realizações/sucesso de membros de minorias ao criar a perceção de que o seu sucesso não foi merecido, mas sim proporcionado. Alguns membros de minorias veem a discriminação positiva como algo que apenas visa a representação dessas mesmas minorias nos variados sectores, sendo, por isso, tomados como símbolos dessas.
A discriminação positiva tem como consequência o ressentimento/revolta por parte daqueles que não beneficiam com esta prática, criando um mal-estar patente entre a maioria e minorias.
Devemos, definitivamente, visar o aumento da representação de minorias em posições de alto perfil, isto é, importantes. Contudo, não devemos desvalorizar o nosso mérito e as nossas capacidades. Em alternativa, devemos conceder um melhor acesso à educação a toda a gente, podendo, consequentemente, ser dada preferência ao mérito sem discriminação.
As instituições educacionais estão a tornar-se mais diversificadas. Esta diversidade conduzirá ao aumento da representação de minorias em cargos de grande importância em sectores como o comércio, educação e governação. Embora a mudança não seja tão rápida como o desejado, são notáveis as melhorias. A implementação continuada da discriminação positiva pode conduzir a um afastamento entre maioria e minorias que condiciona inevitavelmente o progresso.

The debatabase book : a must have guide for successful debate / by the editors of IDEA; introduction by Robert Trapp. 4th ed, pp. 20-21.


Agradeço à Catarina Fernandes, do 10.º A, a tradução deste texto.