Será que Deus existe?
Muitas pessoas são educadas de forma religiosa, nunca colocando em causa a sua
fé. Outras são educadas de forma não religiosa, nunca colocando em causa a sua
ausência de fé. Mas, independentemente do modo como fomos educados, haverá boas
razões para pensar que Deus existe ou não? Recorrendo exclusivamente ao pensamento
e aos sentidos, não nos apoiando por isso na tradição e nos livros considerados
sagrados, poderemos provar que Deus existe? Por prova não se entende, neste
contexto, uma prova científica ou matemática; o que está em causa é saber se há
bons argumentos a favor da existência de Deus — argumentos que qualquer pessoa
que os avalie de forma imparcial estará disposta a aceitar, independentemente
do modo como foi educada.
Das diferentes
concepções de Deus, a filosofia tem-se ocupado na sua maior parte da concepção
teísta de Deus.
n
O teísmo é a crença de que o Deus teísta existe.
n
O Deus teísta é sumamente bom, omnipotente, omnisciente, criador e uma pessoa.
O teísmo defende que
Deus é moralmente perfeito, todo-poderoso, tem conhecimento de tudo, criou tudo
o que existe e não é uma força impessoal, mas sim uma pessoa não humana.
n
O ateísmo é a crença de que Deus não
existe.
n
O agnosticismo é a suspensão da
crença quanto à existência de Deus.
n A fé é uma crença religiosa.
Na discussão sobre a
existência de Deus, foram apresentadas ao longo dos tempos diferentes versões
dos seguintes tipos de argumentos:
1.
Argumentos cosmológicos: 1) Baseados
na ideia de que tem de haver uma só causa para a totalidade do universo; 2)
baseados na contingência do mundo.
2.
Argumentos ontológicos: Baseiam-se
na ideia de que a existência de Deus se segue da sua definição.
3.
Argumentos do desígnio: 1) Baseados
na ordem do mundo (nomológicos); baseados
na adequação das coisas a fins (teleológicos).
4.
Argumentos morais: Baseiam-se na
ideia de que a existência de Deus é uma exigência da moralidade.
5.
Argumentos baseados nos milagres: Baseados
na ideia de que a ocorrência de acontecimentos que violam as leis da natureza
prova a existência de uma intervenção divina.
6.
Argumentos baseados na experiência
religiosa: Baseiam-se nas visões ou sentimentos que os crentes têm.
Almeida, A. & Murcho, D.
(2006). Textos e problemas de filosofia.
Lisboa: Plátano Editora, pp. 166-167.